É possível conviver com a desordem?

É importante conviver com a desordem e saber lidar com a falta de controle sobre as pessoas e processos na convivência em rede

Sabe aquele momento em que a bagunça está por todo lado e você se sente perdido no meio de tanta coisa? Pois bem, não se culpe porque essa “bagunça” pode ser muito boa, acredite! Ela é resultado da interação, da criação e faz parte do processo de produzir algo ou, porque não dizer, do processo de viver.

Entretanto, passamos constantemente por ciclos e, de tempos em tempos, é desejável parar pra repensar as ações, organizar as coisas, etc. Enfim, o momento de fazer um balanço e “arrumar a casa” também é parte deste processo. Favorece a colaboração porque facilita a comunicação dos objetivos em comum e, como consequência, a distribuição do trabalho pelas pessoas no grupo.

Como na natureza, e em nossas relações sociais, o processo que antecede o surgimento de “coisas novas” não acontece por acaso. É resultado da intensa interação entre os participantes. Pense nas moléculas de água que estão em repouso e quando aquecidas começam a se movimentar freneticamente para atingir outro estado. O que dizer da movimentação que acontece em nossas células quando contraímos algum vírus e o sistema imunológico começa a se organizar para eliminá-lo? Imagine o processo de criação artística, como o do quadro de Jackson Pollock na imagem em destaque, ou também a composição de uma música.

Modos de organização

O fato é que o estudo de ecossistemas mostra que há desordem no processo de criação e inovação. E isso precisa ser entendido e apreciado pelas organizações e profissionais. Não há como conter a criatividade e a capacidade de comunicação entre as pessoas e esperar que algo realmente novo aconteça. Entretanto, a partir desta visão, é comum encontrar os seguintes problemas na gestão de pessoas e projetos: rigidez, necessidade excessiva de controle e hierarquia que atrapalha. Pode funcionar? Tem funcionado muito bem na visão tradicional de negócios, que possui um modo de funcionamento mais previsível e linear. Pode não funcionar tão bem em negócios criativos onde as mudanças são constantes e a organização em rede torna tudo bem mais difícil de planejar.

Interações previsíveis ou criativas?

É evidente que não é fácil conviver com esta falta de controle. O ambiente fica menos previsível e esta é a razão para que as organizações em geral busquem tanto a especialização e o controle ao invés de investirem na inteligência do grupo e na colaboração.

O problema é que ao fazerem isto acabam com o maior diferencial existente hoje: a criatividade individual e coletiva [Internamente] e das redes de parceiros. Uma questão importante neste contexto é o fato de que a internet é baseada na tecnologia que permite tanto a interação de “mão dupla” como a mensagem padronizada. Entendendo isso [A possibilidade de diálogo de pessoa para pessoa, ao mesmo tempo que permite escalabilidade e alcance exponencial], como podemos usá-la a nosso favor, e como empreendedores e profissionais criativos, poder viabilizar e realizar nossas idéias e projetos?

Deixo esta reflexão para você pensar em como aplicar estes conceitos no dia a dia e estimular a abertura ao novo, a criatividade, colaboração e inovação dentro das relações, projetos pessoais e profissionais.

Referências:

Sobre Jackson Pollock
Filme sobre o pintor (trailer)

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