Quais as habilidades necessárias para os novos modelos de lideranças emergentes?
Para pensar as lideranças colaborativas, antes vamos voltar ao modelo tradicional. Então vamos lá, pense na figura de um líder, uma pessoa “fora de série” como ainda estamos acostumados a perceber hoje em dia. Possivelmente, para maioria de nós, será um ícone, uma pessoa inacessível e idolatrada por muita gente. O que isto pode significar? Penso em duas questões:
1. O foco em pessoas com grande visibilidade dá a impressão de que são poucas as opções nos modos de agir, pensar e se relacionar. Representam um limitado modelo a ser seguido.
2. Normalmente, estes líderes carregam a responsabilidade e poder de responder e resolver os problemas da maioria que é “liderada”.
Assim, se criarmos uma imagem mental, vamos pensar em pessoas que estão bem acima da maioria. Vamos visualizar que “muitos estão no chão enquanto poucos estão no topo”. A questão é que essa imagem se encaixa bem no modelo tradicional, porque representa uma organização hierárquica e de comando e controle. Entretanto, quando pensamos em redes e comunicações mais horizontais, o que pode ser mais adequando à esta nova dinâmica?
Mundo em transição
Assim, no modelo tradicional, ligado à lógica industrial de funcionamento, temos um ambiente com maior escassez de recursos, de competição por estes recursos e meios de comunicação de massa [E não interativos] como a TV, o rádio e os jornais. Como sabemos, este é um ambiente mais previsível e controlado. Por isso, é um prato cheio para “o gênio”, “o mito” ou “o melhor do mundo”.
No entanto, quando pensamos em pessoas conectadas em redes, o cenário muda de forma muito evidente. A partir da popularização da internet, um número muito maior de pessoas passa a poder lançar produtos e serviços na rede. Além disso, temos um ambiente de mudanças constantes, fluxos intensos de informações com velocidade instantânea e exponencial. Em termos de comunicação, observamos a possibilidade de interatividade, assim como relações horizontais e distribuídas.
São “mundos” muito diferentes que ainda se misturam, mas comparando estes dois cenários: O que muda? Quais serão as habilidades necessárias para as novas lideranças?
Liderança Tradicional
O líder tradicional, como pensamos juntos no início do texto, possui um grande poder de comunicar sua visão. Possui enorme carisma e paixão pelo que faz. Assim, se torna uma referência para os outros fazerem igual. O poder de liderança está centrado na pessoa, o que torna mais difícil compartilhar e está em total sintonia com o cenário de escassez, hierarquia, comando e controle que observamos na lógica industrial.
Lideranças Colaborativas
Analisando o modo de organização em rede e seus fluxos de informações horizontais, podemos entender que um dos papéis mais importantes para as novas lideranças será o de facilitar o surgimento do novo e da criatividade, através da colaboração. Poderá apoiar este processo ao capacitar, fortalecer equipes e comunidades. Ao contrário do líder insubstituível, o poder e a liderança podem ser distribuídos [Como na arquitetura das redes e da internet].
Como uma nova maneira de se relacionar e liderar, será necessário aprender a agir com transparência a fim de criar um ambiente de confiança e autonomia. Assim terá o benefício de poder compartilhar decisões, erros e acertos.
Um dos papéis mais importantes para as novas lideranças será o de facilitar o surgimento do novo e da criatividade, através da colaboração
Parece simples, mas sabemos o quanto são complexas as relações pessoais e profissionais. Se podemos resumir, para mim: “Liderar é estimular a colaboração. Criar redes, engajar e educar”. Desta forma podemos criar soluções, resolver problemas, criar oportunidades e, de forma participativa, incluir mais pessoas nos processos econômicos, sociais e culturais. Conheça nossa metodologia para planejamento ágil que proporciona, às lideranças colaborativas, definir objetivos comuns de forma participativa e visual.
E pra você, acredita que as organizações estimulam estas novas formas de lideranças? Compartilhe com amigos e diga pra gente sua experiência com este tema pra juntos criarmos organizações mais colaborativas e criativas. Obrigado pela leitura e até a próxima!
Mestre em gestão e inovação pela COPPE/UFRJ. Engº de produção especialista em tecnologia da informação. É diretor executivo da Colaborativa Tecnologia.
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